Este domingo fomos à praia. Há tempos que queria fazer isso, e resolvemos nos antecipar já que como cariocas nada típicos, detestamos o verão de 40 graus. Estamos sempre ali pelo Leblon, final de tarde e tal, mas a brincadeira se limita às correrias pela areia, caça às conchinhas e a observação minuciosa, detalhada e calma das sereias antes da arrebentação. Desta vez coloquei a sunga na bolsa e o biquíni por baixo, para junto com a Dori, encontrar o Nemo.
Deixamos os adultos no calçadão com a Antônia e seguimos de mãos dadas, balde do Buzz e um sorriso cúmplice pela areia. Primeiro bege, quente e seca. Depois branquinha e gostosa até que foi ficando escura e molhada e os pézinhos de brioche começaram a recuar. "Vamos no mar João? nanão mamãe. Vamos João, o mar é bonzinho. Num quéru não mamãe. Quer ir no colo? (Sorriso) !Quéru!... E lá fui eu desfilando meu shape de mãe, feliz da vida com meu filhote. Por sorte o mar estava calmo, com um banco de areia logo adiante e perfeito para um encontro amigável. Mas logo na primeira investida.... Nããão mamãe!!!!! Fui devagar, mantendo o colo alto e a espuma molhando as pernas até a altura do joelho, mas ele simplesmente não queria mais aquilo. Nem o Nemo, nem as sereias, nem a baleia, muito menos o camarão. Voltei um pouco desapontada para a areia e sentei do lado dele, quieta. Ele também em silêncio me dizia alguma coisa. Não entendi de primeira, e resolvi não perguntar. Enchi o balde de água e coloquei a mão lá dentro. Logo depois, ele me olhava com aquele mar inteiro dentro dos olhos e sorrindo colocou as duas mãos lá dentro, segurando na minha. Sorri de volta. Dei um peteleco na água e joguei água nele. Ele deu outro. Dei dois... três e nossa brincadeira estava apenas começando. Quem precisa de um mar tão grande se o nosso cabe num baldinho?