quarta-feira, 7 de outubro de 2009

De filho pra mãe

A evolução do crescimento no post anterior impressiona, de fato. No entanto, junto com esses números vem um turbilhão de palavras, atenção e aprendizado incríveis. Mal comparando, é como se um adulto aprendesse duas línguas em uma semana. A bobô (borboleta), já virou boboêta, a pepê (chupeta) virou pepeta, e agora ele fala de sensações como kêti (quente), decepção como cabô (acabou) e posse, pegando as coisas e dizendo mínia (é minha). Estou incrédula, interessadíssima e se é que é possível... um tanto mais apaixonada.
Sinto que a nossa relação é de muita cumplicidade e intimidade. Quando conversamos, olhamos dentro dos olhos um do outro e muitas vezes nos comunicamos sem palavras. Outras, ele me ouve tão atentamente que parece que no minuto seguinte citará uma frase de efeito que tirou de algum livro de Clarisse Lispector. Ontem mesmo, na hora de dormir, ficamos alguns muitos minutos nesse chamego de olho no olho, já com as estrelinhas do quarto acesas e eu disse a ele que a mamãe estaria do lado sempre, que ele podia contar comigo pra tudo até que eu fosse bem velhinha e ele já pudesse seguir sem mim. Nos abraçamos muito e eu senti uma saudade que não é para agora... Ainda vai demorar bastante para que eu vire uma daquelas estrelinhas do teto do seu quarto.

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