terça-feira, 13 de outubro de 2009
Uma dobra no tempo...
Me lembro de caçar sapos com meu tio Frederico no jardim da casa de Teresópolis. Lembro também das muitas tardes que passsei construindo barcos com as bóias de isopor da piscina e tábuas improvisadas que não sei de onde vinham para depois brincar no rio que corre no fundo da casa. O grande barato era que elas realmente flutuavam no rio e eu me achava a própria Indiana Jones… Na nascente do jardim eu via fadinhas escondidas no meio das babosas, e ficava ali muito tempo, nem sei dizer quanto, sozinha, imaginando que apareceriam muito mais criaturas fantásticas quando anoitecesse e eu tivesse que entrar em casa para tomar sopa no lanche.
Naquela época toda a água que bebíamos vinha dali, e tinha um gosto fresco de chuva.
Hoje desci a mesma escadinha de pedra, de mãos dadas com o João e com a Antônia aqui dentro. Disse a ele que veríamos a casa da bruxa, as fadinhas e com sorte, o sapo cururu. A água, que já não é mais potável, estava represada e a nascente entupida pelas raízes que cresceram nos últimos meses que estivemos sem caseiros. Isso foi ótimo, porque formou-se um laguinho cheio de musgo, folhas secas e GIRINOS! Arrumei um graveto bem comprido e deixei que ele ficasse no degrau mais próximo da água. Ele agitava o novo brinquedo na superfície e os girinos nadavam rapidinho, o que fazia o João dar gritos de excitação e alegria. Ficamos ali um tempão, distraídos com o graveto, a água, o peixe, o musgo, as formigas e as histórias que eu inventava. Eu fiquei feliz porque me via nele, e despertava sua curiosidade, fantasia e amor pela natureza. Todo sujo de terra, molhado de água de girino e musgo, ele também teve que subir as escadinhas para almoçar… Ele também não gostou de deixar as fadas, o sapo cururu e a fantasia daquela gruta encantada…
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